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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Test-drive: esportivo Peugeot RCZ

Cupê de desenho matador chega com motor 1.6 turbo e preço de R$ 139,9 mil

Peugeot RCZ traseira GDivulgação
De tão bonito, o conjunto teto/traseira merece ganhar a primeira foto da matéria
Pista livre, carro baixo e boa potência no motor. Para quem gosta de veículos, poucas combinações superam essa trinca de ouro. Se no pacote vier um modelo de visual matador, melhor ainda.

Foi nesse mix de deleite para os olhos e diversão para o motorista que a Peugeot apostou ao criar o RCZ, cupê esportivo que chega ao Brasil custando a partir de R$ 139,9 mil.

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O R7 pilotou o RCZ pelos 2,5 km da pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Lá, o bom motor 1.6 turbo de 165 cv mostrou competência para levar o carro de zero a 100 km/h em 8,4 segundos.

No final da curta reta, os 140 km/h eram reduzidos subitamente pelos ótimos freios, enquanto o cupê, baixo e ágil, entrava sem problemas pela primeira curva fechada. Colado ao chão, o carro contorna competentemente o sinuoso traçado.

Peugeot RCZ frente G
Visual da frente segue a tradicional identidade da Peugeot, aplicada agora ao pequeno cupê RCZ (Divulgação)

Além da primeira impressão

A primeira impressão de fato é muito boa. Em que pese o fato de o RCZ não ser absurdamente potente nem ter aceleração insana, a posição de dirigir e o bom conjunto direção/suspensão tornam a experiência muito divertida.

A coisa fica ainda melhor quando se toma um tempo para analisar o desenho do carro. Quase idêntico ao conceito apresentado em 2007, o Peugeot RCZ consegue ter o clássico visual da marca, mas inovando em pontos críticos, como o teto, que tem uma curva pronunciada no meio que se estende até o vidro traseiro. A aparência é quase humana, musculosa.

Por dentro, o deleite é menor, mas o conjunto não desagrada. O acabamento, com muito couro e ótimos encaixes, é complementado aqui e ali por peças metálicas que passam a impressão de requinte. Os bancos têm ajustes elétricos e oferecem bom suporte lateral, como manda a cartilha esportiva.

Peugeot RCZ lado G
Baixo, pequeno e ágil: Peugeot RCZ tem os atributos que fazem do cupê um carro divertido (Divulgação)

Com tempo para mais algumas voltas, no entanto, é possível notar que nem tudo são flores no Peugeot RCZ. O câmbio automático sequencial de seis velocidades não oferece opção de trocas por "borboletas" no volante. E, mesmo em modo manual, os computadores do carro acabam fazendo a mudança de marcha quando acham que o motorista "se esqueceu" da tarefa, o que não é exatamente bom em uma saída de curva, por exemplo. A suspensão é bem dura, e certamente vai maltratar o proprietário na cidade.

Claro que, sendo um cupê pequeno, o Peugeot RCZ não é espaçoso. O carro é claramente feito para transportar duas pessoas. Nos bancos traseiros cabem apenas crianças - e ainda assim com uma boa dose de aperto. A boa surpresa está no porta-malas, que tem 321 litros de capacidade (639 litros com os bancos rebatidos).

Entre os itens de série, o carro da Peugeot traz controle de tração inteligente (ASR) integrado ao ESP, freios ABS, quatro air bags, Hill Assist (ajuda para partida em aclives), faróis bixenon direcionais, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, ar-condicionado digital Bi-Zone, para-brisa acústico e sistema de som Hi-Fi JBLTM.

A parafernália eletrônica, aliás, é bem "intrometida" e deixa pouca margem para o motorista fazer besteira. Entre com mais sede em uma curva ou pise com vontade na saída dela e lá está o computador, acionando os freios ou cortando a aceleração. Claro que é possível desligar os sistemas, mas isso só é recomendável em condições controladas e com condutores experientes.

Peugeot RCZ traseira 2 G
Branco, azul, cinza e vermelho serão as cores disponíveis no Brasil (Divulgação)

Competição

Dentro do pequeno nicho representado pelos carros de luxo no Brasil, o Peugeot RCZ tem a missão de ser o "carro dos sonhos" da marca. Aquele que mostra aos brasileiros que os franceses também podem fazer coisas divertidas, além de bonitas.

No segmento dos cupês, a competição é pouca, mas acirrada. Entre os competidores mais diretos estão Audi TT (que custa quase R$ 60 mil a mais) e Mini Coupé, cuja versão turbo (S) parte de R$ 149.950.

O Peugeot RCZ, aliás, utiliza o mesmo motor encontrado no Mini, desenvolvido em parceria com a BMW. O bloco 1.6 a gasolina de quatro cilindros com turbo gera 165 cv no modelo francês, contra 184 cv no concorrente inglês/alemão. Segundo a Peugeot, essa diferença é proposital e busca atender "às demandas do mercado".

Pode até ser verdade, mas, do ponto de vista do consumidor, esses 19 cv de diferença - aliados à famosa e excelente dirigibilidade dos Minis - vão colocar uma pulga atrás da orelha de quem cogita comprar um RCZ.

A expectativa da montadora francesa é de vender 200 unidades do cupê até o fim do ano. Em 2012, serão "de 20 a 30" RCZs por mês. Com esse visual, bem que poderia ser mais. O carro tornaria nossas ruas mais bonitas.

Esse desejo só esbarra em um pequeno detalhe: os R$ 139,9 mil cobrados pelo carro.

RCZ interior G
Interior é bem menos inspirado que o exterior, mas acabamento não decepciona (Divulgação)

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