GÁS EM FEIRA DE SANTANA - BA

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Bebê de 1 ano morre 18 dias após cair de berço em hospital na Bahia

Segundo hospital, criança estava sob cuidados da mãe na hora do acidente.
Mãe de criação e mãe biológica foram chamadas à delegacia.

Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
Berço de onde criança teria caído em hospital de Feira de SantanaBerço de onde criança teria caído em hospital de
Feira de Santana (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Um bebê de 1 ano morreu em Feira de Santana (BA), na quarta-feira (26), exatos 18 dias depois de cair do berço de um hospital e sofrer um traumatismo craniano. A criança chegou a ser diagnosticada com o problema, mas recebeu alta médica.
A mãe de criação de Adriano, Edileusa do Amor Divino Machado, de 31 anos, contou ao G1 que levou o menino ao Hospital Municipal da Criança José Eduacy Lins no dia 7 de janeiro após notar algumas manchas no corpo dele. O menino foi internado e, no dia 8, Edileusa pediu para a cunhada e mãe biológica dele passar a noite no hospital para que ela fosse tomar banho e pegar roupas em casa.
“A mãe disse que foi no banheiro, e o menino ficou sozinho e caiu do berço. Ela não avisou o hospital, achou que não tinha problema. Quando eu voltei, achei que ele estava dormindo demais e aí ela me contou”, disse Edileusa, que chamou um médico para examinar a criança.
A coordenadora de Enfermagem do hospital, Naide Geraldine, explicou que, no dia 9, os médicos perceberam que a criança não estava bem e pediram uma transferência para o Hospital do Subúrbio, em Salvador, onde deveria ser realizado um exame de tomografia de crânio. O hospital municipal de Feira de Santana não tem o equipamento.
Adriano, de 1 anoAdriano, de 1 ano (Foto: Reprodução/TV Bahia)
“Os berços aqui têm uma grade móvel, que geralmente é abaixada pelas mães. Sempre orientamos os familiares a não deixar as crianças sozinhas sem a grade. Não sabemos qual o motivo da mãe não ter comunicado a queda. Não podemos dizer que foi uma omissão, porque mãe nenhuma omitiria sabendo as consequências, mas entendemos que a mãe, por falta de conhecimento sobre os problemas que a queda pode causar, achou que não teria nenhum problema”, disse a coordenadora.
O menino permaneceu internado no hospital em Salvador até o dia 17 de janeiro, quando recebeu alta e voltou para Feira de Santana. A Secretaria da Saúde da Bahia informou que foi diagnosticado um traumatismo craniano difuso, mas a criança estava bem e recebeu alta após oito dias de internação.
“O médico disse que Adriano não carecia de cirurgia e passou um remédio. Falou que o menino estava bem, então viemos para casa. No dia em que chegamos, ele comeu e brincou. Nos dias seguintes também. Até que um dia, ele amanheceu tendo uma crise, estava tremendo todo e teve uma convulsão. Não esperei nem a ambulância, peguei um táxi e saí correndo com ele de novo para o hospital.”
Adriano foi levado para o Hospital Estadual da Criança (HEC) de Feira de Santana. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, o menino foi internado no dia 21 e morreu no dia 26. Quando chegou, ele estava em convulsão e foi detectado o quadro de traumatismo craniano. A criança precisou ser colocada em aparelhos para respirar e, na tarde de quarta-feira, teve uma parada cardíaca e morreu.
Mãe de criaçãoEdileusa, que é mãe de outros quatro filhos, começou a criar Adriano quando ele tinha 11 dias. A mãe biológica, segundo ela, não tinha condições financeiras para criá-lo. “Eu acho que nenhum médico errou. Eles fizeram o que podiam. Nos três hospitais em que eu bati, eu fui bem atendida. Ela tinha de ter avisado antes, porque como uma criança cai da sua mão dentro do hospital e você não avisa o médico?”
 
As mães de criação e biológica foram chamadas para comparecer à delegacia nesta sexta-feira (28). O corpo de Adriano foi enterrado nesta quinta-feira (27), depois de passar por exames para que a causa da morte seja detectada. O laudo deve sair em 30 dias.
“A mãe dele ainda não me falou nada, mas sei que pela vontade dela isso não aconteceria. Se eu pudesse tirar minha vida e dar a ele, eu fazia isso. Se Adriano abrisse os olhos e eu caísse dura, eu ficava alegre por ter dado a vida a ele. Era muito apegada ao meu caçula”, disse.

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